Nanã Buruquê é a mais antiga entre todas as Yabás — as Orixás femininas das religiões afro-brasileiras como a Umbanda, o Candomblé e o culto de Ifá. Guardiã do barro primordial e dos portais de passagem entre a vida e a morte, ela representa a ancestralidade, a sabedoria antiga e a cura profunda.
A origem de Nanã Buruquê
Seu nome vem de tradições Jeje e Nagô, e está associada à criação da humanidade: foi com barro e água parada que Nanã moldou os primeiros corpos humanos a pedido de Olorum, o Deus supremo. Por isso, ela rege os pântanos, os lagos profundos e tudo que carrega mistério e silêncio.
Nanã é a Orixá do tempo antigo, da paciência, da maturidade espiritual e dos ciclos da vida. Ela não se apressa — ensina a esperar, a acolher o luto, a compreender os processos que não têm resposta imediata.
Símbolos, cores e oferendas para Nanã
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Cores: roxo, lilás, branco e prata
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Elemento: água parada e lama (barro)
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Dia da semana: segunda-feira
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Símbolos: ibiri (cetro de palha), folhas sagradas, lama
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Oferendas comuns: canjica branca, velas lilás, flores roxas, perfume, alfazema, frutas de cor escura, água de cheiro
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Animais associados: sapo, rã, caramujo e coruja
Nanã na Umbanda, no Candomblé e no Ifá
Na Umbanda, Nanã é vista como um espírito de altíssima luz, responsável por conduzir os espíritos desencarnados no momento da passagem. Ela trabalha muitas vezes junto à linha das almas, com falangeiros que acolhem, limpam e orientam.
No Candomblé, ela pertence à nação Jeje-Mahi, sendo um Orixá feminino que traz o poder da ancestralidade feminina. É respeitada com grande reverência, e seus filhos geralmente possuem uma energia introspectiva, firme, sábia e emocionalmente profunda.
No Ifá, as histórias (odùs) que envolvem Nanã falam da sabedoria que vem do tempo e da necessidade de aprender com os ciclos. Ela está conectada ao poder do feminino ancestral, da terra úmida, da intuição e dos mistérios da vida.
Como se conectar com Nanã
Conectar-se com Nanã é um chamado para silenciar, sentir e curar. Seus filhos e devotos costumam realizar oferendas em lugares tranquilos com água parada (lagos, brejos, mangues), acender velas lilás ou prateadas e pedir orientação em momentos de dor, perdas ou ciclos difíceis.
É importante manter o ambiente limpo, acolhedor e com perfume suave (alfazema, lavanda, violeta). Orar com gratidão e respeito por sua força é essencial para que a conexão seja verdadeira.
A peça do Atelier inspirada em Nanã
No Atelier Bruno Glad, criamos uma peça especial em homenagem a Nanã Buruquê: uma silhueta sagrada em madeira nobre, com acabamento em espelho lilás, que representa a luz espiritual da Orixá e a introspecção curadora de seu axé. Cada detalhe foi pensado para honrar a ancestralidade e permitir que sua casa tenha um altar digno dessa força tão especial.
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Conclusão
Nanã Buruquê não fala alto, não acelera, não exige — ela ensina com o tempo, com o silêncio e com o barro. Convidar sua energia para o seu altar é permitir que a ancestralidade cuide de você de forma profunda e amorosa.
Se você sente esse chamado, honre Nanã com respeito, beleza e intenção. E permita que sua presença guie seus passos com a serenidade que só o tempo e os ancestrais podem oferecer.